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O caminho das águas

Muitas vezes não paramos prá pensar qual o caminho percorre uma simples gota d’água que se junta a outras e formam os rios, lagos, represas, etc, e correm até o oceano. Imagina aquela água da chuva que corre na frente da sua casa, qual caminho ela percorre?

Mesmo estando a poucos quilômetros do litoral as águas podem percorrer até milhares de quilômetros para alcançar o oceano. Melhor exemplo disso é o rio Tietê que segundo a Wikipedia nasce a 22 km do Oceano Atlântico e por causa da barreira imposta pela Serra do Mar é forçado a percorrer 1.100 km, atravessando todo o estado de São Paulo para encontrar o rio Paraná e seguir por mais de 2.700 km até chegar ao mar no sul do Uruguai.

Pensando nisso, criamos uma nova página no site.

Utilizando imagens de satélites você pode clicar num ponto do território brasileiro, como se lançasse ali uma gota d’água, e ver a animação do percurso dessa gota até alcançar o mar, com informações da distância percorrida e nome dos rios ou represas por onde passa.

Também é possível acompanhar todo o percurso de alguns rios cujas nascentes estão marcadas nas imagens do satélite.

Para isso utilizamos, entre outros, dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, ANA, do Operador Nacional do Sistema Elétrico, ONS, e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, IBGE.

Para agilizar os cálculos e a transferência dos dados fomos forçados a simplificar o contorno de rios e às vezes isso pode causar um pouco de deslocamento do curso da água em relação à imagem do satélite. Também diferenças no georreferenciamento da imagem do satélite podem causar divergências de alguns metros, mas nada que comprometa o resultado final.

A velocidade da animação pode ser controlada pela barrinha no canto superior direito da tela, também é possível dar zoom na imagem. Ao final do percurso você poderá repetir a animação, escolher outro ponto para lançar uma nova gota d’água e até compartilhar o link daquele percurso com os amigos.

Como sugestão deixaremos mais abaixo dois links que permitirão verificar uma situação interessante criada pela construção da Represa de Furnas e o link da nascente do rio Grande.

As águas de Furnas alagariam parte da cidade de Capitólio e ainda “vazariam” para a bacia do Rio São Francisco, conectando as bacias do rio Paraná e do São Francisco.

Para não inundar a cidade e aumentar a capacidade de armazenamento da Represa de Furnas, foi construído um dique nas imediações de Capitólio para conter as águas da represa. Como consequência o rio Piumhi foi represado e passou a correr em sentido contrário, por um canal construído desviando-o para a bacia do rio São Francisco, deixando de despejar suas águas na bacia do rio Paraná.

Montagem mostrando o curso da água no Dique de Capitólio.

O Dique de Capitólio, portanto, é um divisor de águas da bacia do rio Grande e do rio São Francisco. Poucos metros de diferença determinam se a água encontrará o oceano nas águas quentes do nordeste brasileiro ou na quase sempre água gelada do mar do sul do continente.

Dique de Capitólio – Bacia do rio Paraná: https://cameraserraverde.com.br/rios/?a=-5129421.211962322&b=1680643941&c=-2348200.254961895&d=1592751514246645

Dique de Capitólio – Bacia do rio São Francisco: https://cameraserraverde.com.br/rios/?a=-5129229.7363737365&b=1680644077&c=-2347869.8581745694&d=1592467520416817

Nascente do rio Grande: https://cameraserraverde.com.br/rios/?a=-4966388.504033822&b=1688672025&c=-2543463.841037055&d=1678341170244602

Acesse a página pela opção do menu Rios, toque ou clique num ponto da imagem do satélite e veja o percurso da água.

Você também pode acessar por este link: Prá onde vão as águas?.


Represas mais visualizadas na semana

Represa de Furnas hoje

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Você sabia...

Que o pouso de um avião no aeroporto da Usina de Três Marias permitiu a descoberta de uma quadrilha internacional?

  • No início de fevereiro de 1966 o chefe da recepção da Usina de Três Marias, Paulo Lamounier de Carvalho, estranhou o fato de um avião sobrevoar e pousar no aeroporto da usina, uma vez que não era esperada nenhuma aeronave naquele dia.
  • Viu que se tratava de um avião dos Estados Unidos, tripulado por norte-americanos, que auxiliados por dois brasileiros, um deles um cabo da FAB, retiravam várias caixas do avião e as colocavam numa caminhonete que seguiu para Belo Horizonte.
  • A polícia informada do fato iniciou uma investigação que conclui se tratar de uma grande organização criminosa formada por norte-americanos que utilizando aviões levavam minérios radioativos do Brasil para os Estados Unidos e de lá voltavam carregados de cigarros, eletrodomésticos e rádios de pilha, que entravam irregularmente no Brasil.
  • Em pouco de mais de um mês a polícia já havia efetuado mais de 40 prisões, e descoberto o envolvimento de militares brasileiros e de funcionários de órgãos que deveriam fiscalizar a extração de minérios.
  • A quadrilha atuava em vários estados do Brasil e possuía, segundo os jornais da época, até acesso ao embaixador dos Estados Unidos no Brasil.
  • Em Brasília foi apreendido um avião militar B-26, que foi modificado e em seu interior instalado um laboratório de análise minérios de columbita e tantalita. O avião era forrado com chumbo para evitar a contaminação dos ocupantes pela radioatividade.
  • Na cidade mineira de Três Pontas foi apreendido um outro avião e presas quatro pessoas enquanto descarregavam caixas com cigarros. Um destes presos era considerado o líder da quadrilha no estado de Minas.
  • Além das duas aeronaves, também foram apreendidos carros de luxo pertencentes à quadrilha.
  • Dos presos, cinco americanos três foram condenados a três anos de prisão e outros dois a sete anos. Os três primeiros, presos no Quartel do Corpo de Bombeiros de Brasília, de lá fugiram para os EUA em outubro de 1966. À época houve denúncias de facilitações por parte de autoridades, uma vez que os presos eram por vezes autorizados a fazer refeições junto com os oficiais e também lhes era permitido até "saídas noturnas" para diversão.
  • Durante uma destas saídas aproveitaram para escapar para sua terra natal, embarcando em um avião num aeroporto particular no estado de Goiás. Nos Estados Unidos concederam entrevistas e eram considerados "cidadãos pacatos".
  • Autoridades brasileiras diziam "ter esperança" deles serem condenados nos Estados Unidos. Quanto a acusação de facilitação da fuga, nada ficou provado e os responsáveis pelo quartel foram absolvidos.
  • Foto: Barragem da Usina de Três Marias. Fonte: Cemig

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